educação yanomami

EDUCAÇÃO SOCIOCOMUNITÁRIA

O tema proposto para esta pesquisa: EDUCAÇÃO SOCIOCOMUNITÁRIA YANOMAMI: construção de uma cartilha socioambiental, é fruto de uma constatação verificada ao longo dos anos e confirmada nas pesquisas acadêmicas que realizei em Maturacá/AM – existem muitos saberes circulando nos espaços não formais de educação que constituem as bases fundamentais na formação do imaginário identitário comunitário. A estes saberes, transmitidos de forma difusa no cotidiano, que envolvem diversos agentes sociais, chamaremos de educação sociocomunitária.

CARTILHA SOCIOAMBIENTAL

A dissertação intitulada “educação sociocomunitária Yanomami: construção de uma cartilha socioambiental em Maturacá/AM”, discute o papel da comunidade indígena e dos saberes difusos nos ambientes comunitários, como indispensáveis para a formação educacional. Isso supõe desconstruir conceitos ocidentais inserindo-os nos quadros da vida, dos mitos e experiências dos autóctones, oferecendo possibilidades para a compressão do desenvolvimento local e autonomia cultural. A pesquisa foi conduzida a partir do questionamento: Como a dimensão sociocomunitária, alinhada ao projeto pedagógico escolar, contempla os anseios de sustentabilidade da comunidade? 

VIAGEM ATÉ MATURACÁ

Para chegar em Maturacá, partindo da capital amazonense, viaja-se cerca de 1 dia e meio de barco, subindo o Rio Negro, até a cidade de São Gabriel da Cachoeira. Dependendo da época do ano, especialmente nas secas o trajeto pode demorar vários dias. As lanchas com maior potência, chamadas de lancha a jato, fazem o percurso em até 30 horas. De avião o vôo dura cerca de 2 horas, saindo do aeroporto internacional de Manaus. A partir de São Gabriel a viagem acontecerá em duas etapas. O primeiro é terrestre, feito em pequenas caminhonetes em um percurso de cerca de 85 quilômetros até o rio Ia-mirim. A viagem é uma verdadeira aventura pela BR 307, que fica sob os cuidados do exército brasileiro, mas que em época de inverno é praticamente intrafegável. A segunda parte da viagem será pelo rio em bote com motor de polpa.

sobre a aldeia

Maturacá recebe o nome do rio que banha a comunidade, abastecendo-a com peixes e conectando-a com outros povoados. É por este rio que a comunidade se aproxima do Pico da Neblica (Yaripo) e se interagem com os afluentes do rio Cauaburis: rio Maiá, Inambú, Ia Grande. Em Maturacá, existem atualmente cinco comunidades: Ariabú, que é o Xapono originário; Maturacá, o segundo Xapono a se formar por conta do aumento populacional e questões de conflito de lideranças; os mais recentes: Auxiliadora, União e Santa Maria. Sempre que nos referimos a Maturacá, na verdade estamos falando desse conjunto de comunidades que estão territorialmente muito próximas e codividem espaços e serviços.

ESCOLA IMACULADA CONCEIÇÃO

A Escola Estadual Indígena Imaculada Conceição, está situada dentro da reserva yanomami desde a década de 1970. Atende um total de 510 alunos, sendo 369 alunos do ensino fundamental e 141 alunos do ensino médio. A escola Nossa Senhora de Guadalupe, localizada no Maiá, funciona como sala anexa e tem hoje 227 alunos, sendo 159 no ensino fundamental e 68 no ensino médio.

agenda 2030

Em 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou na cidade do Rio de Janeiro uma conferência sobre mudanças climáticas que ficou conhecida como Rio 92. Nessa conferência foram aprovados acordos sobre o clima e a biodiversidade. Assim nasceu uma agenda com planos de curto, médio e longo prazo para o século XXI, batizada de Agenda 21.

DIÁRIO DE VIAGEM

continuar aprendendo

AGENDA 2030: TRANSFORMANDO NOSSO MUNDO: A AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. 

AGUIAR, Katriny Alves de. Formação de Professores Yanomami. EUA, Manaus-AM: 2018.

ALMEIDA, Leonardo Ferreira. Antônio José Góes: uma vida missionária de pioneirismo e de dedicação aos Yanomami do Amazonas. Aracajú/CE: Criação Editora, 2020.

ANA AMOPÖ – COGUMELOS: Sanöma samakönö sama tökö nii pewö ao wi î tökö waheta – Enciclopédia dos alimentos Yanomami (Sanöma). São Paulo: Instituto Socioambiental, 2016

BRITO, Maria Edna de. Etno Alfabetização Yanomama: da comunicação oral à escrita – relato de um processo construtivista eentre o povo da floresta. CIMI: São Gabriel da Cachoeira/AM, 1995.

FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica Laudato Si’. São Paulo, SP: Paulinas, 2015.

GRUPIONI, Luís Donisete. Do Nacional ao local, do federal ao estadual: as leis e a educação escolar indígena. In: Legislação Escolar Indígena, Painle 5. 

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das letras, 2015.

LAUDATO, Luis. Ritmos e rituais Yanomami. Manaus: Faculdade Salesiana Dom Bosco, 2009

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA IMACULADA CONSEIÇÃO. MATURACÁ, 2016. 

RAMIREZ, Henri. Hapa të pë rë kuonowei: mitologia yanomami (texto de leitura – II). Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia, Manaus-AM: 1993.

YARIPO, Ecoturismo Yanomami – Plano de Visitação. Amazonas: 2017

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